Em um deserto distante, vivia uma solitária flor. Tão bela, delicada e com um perfume tão bom que a própria areia desviava-se com a ajuda do vento para não molestá-la. Afinal, era a única flor do deserto... Ela dava vida à paisagem tão seca.
Mesmo assim, a flor não era feliz. - Por que nasci assim? - pensava ela - tão longe de minhas irmãs e primas? Olhava ao redor e só via areia clara e o céu azul.
Mesmo assim, alguns grãos de areia viajavam dias e dias para conhecê-la. Comentavam entre si como era mais bela a paisagem graças à presença daquela flor. Mas a flor, por não entender sua missão, sentia-se muito só. Se existia um motivo para a sua vida, qual seria ele?
Os grãozinhos de areia tentavam se comunicar com ela, mas por estar tão triste, eles não conseguiam transmitir à flor o quão importante e necessária era a sua presença no deserto.
Em cada amanhecer, a flor olhava ao redor em busca de algum sinal de vida. Deprimida, ela acabou morrendo de tanta tristeza.
Os grãos de areia, que nada puderam fazer, entristeceram-se ainda mais. Já não queriam mais passear e até o vento, naqueles dias, desistiu de soprar... Perguntavam eles:
-Será que a flor que tanto procurava vida ao seu redor não percebeu que ela era a própria vida? Ela era a alegria e o colorido da paisagem! Por que insistia tanto em procurar fora aquilo que estava dentro dela própria?
E quem pode julgar essa meiga e inocente rosa? Ela cometeu o erro que todos nós um dia já cometemos. Afinal, quem nunca buscou em algo ou em alguém um momento de alegria, um olhar de conforto, um gesto de amor?... E, quando não o encontramos, nos entristecemos ainda mais, ou mesmo culpamos a todos por aquilo que, na verdade, só nós mesmos podemos nos proporcionar: a real alegria de ser feliz.
Por isso, faça como diz o poeta: plante seu próprio jardim e se enfeite; jamais espere alguém lhe trazer uma rosa. Não digo que devemos desprezar o apoio necessário da família e dos amigos. Mas, em último caso, não podemos dar aquilo que na verdade não temos.
Por isso, não só hoje, mas todos os dias em que essa maravilhosa dádiva da vida lhe for concedida, não deixe morrer a chama do amor que arde em seu peito. E busque primeiro dentro de si a felicidade que seu coração tanto procura.
Autor: Desconhecido.

Nenhum comentário:
Postar um comentário